MINISTRO DA JUSTIÇA DIZ QUE NÃO VÊ MOTIVOS PARA PRISÃO DE BOLSONARO

Flávio Dino revelou que não vê motivos para uma prisão preventiva do ex-presidente por conta dos casos das joias


Por Lucas Macêdo, atualizado às 18h30

 

 

Na tarde de hoje (15), durante uma entrevista ao UOL NEWS, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, explicou que há muitas evidências no caso das joias recebidas pelo Governo Bolsonaro.

 

Uma operação da Polícia Federal investiga militares ligados ao ex-presidente que supostamente venderam esses objetos de alto valor.

 

Uma vez que essas joias foram doadas a Bolsonaro quando ele era presidente, elas são consideradas bens públicos e deveriam ser entregues ao acervo presidencial, não sendo itens pessoais. Recentemente, uma investigação da Polícia Federal começou a analisar a possível venda ilegal dessas joias nos Estados Unidos.

 

(Foto/Reprodução: Evaristo Sá – AFP)

Dino esclareceu que a prisão preventiva tem condições específicas, como a existência de evidências de um crime, que já estão presentes neste caso. Além disso, é necessário ter indícios de autoria, que também estão presentes. No entanto, ele acredita que não há razões imediatas para tomar essa medida extrema neste momento.

 

LEIA TAMBÉM: PETROBRAS ANUNCIA AUMENTO DE MAIS DE 10% NO PREÇO DA GASOLINA

 

Apesar disso, Dino não descartou a possibilidade de uma prisão preventiva conforme o caso se desenvolva. Segundo um relatório da Polícia Federal, auxiliares de Bolsonaro teriam levado para fora do país pelo menos quatro conjuntos de bens que foram presenteados ao ex-presidente durante suas viagens internacionais. Esses itens teriam sido retirados do país no dia 30 de dezembro de 2022, véspera do último dia do mandato de Bolsonaro.

 

Na semana passada, foram alvos de mandados os militares: tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, seu pai, general Mauro Cesar Lorena CId, o tenente do Exército Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em processos judiciais.

 

ACESSE O NOSSO CANAL NO YOUTUBE CLICANDO AQUI

 

Em um áudio divulgado recentemente, Cid menciona um pagamento suposto de US$ 25 mil ao ex-presidente Bolsonaro. Após a operação da última sexta-feira (11) e a notícia sobre a quebra do sigilo bancário do ex-presidente, a defesa de Bolsonaro emitiu um comunicado afirmando que ele nunca se apropriou indevidamente de bens públicos e que voluntariamente pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a entrega das joias até que uma decisão final fosse tomada.

 

Também afirmou que, em março, Bolsonaro negou ter solicitado ou recebido qualquer presente em joias do governo da Arábia Saudita.