BRASIL IGNORA POPULAÇÃO DE IDOSOS QUE NÃO PARA DE CRESCER; VEJA AS CONSEQUÊNCIAS DISSO

Último senso do IBGE revela aumento da população idosa e desafios do grupo na sociedade 

 

 

 


– Por Lucas Macêdo, atualizado às 12:00

 

De acordo com o último senso do IBGE, divulgado em julho deste ano, cerca de 15% da nossa  população é idosa. Em dez anos, o número de brasileiros com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população. Isso também é resultado dos avanços na medicina, que aumentou a expectativa de vida das pessoas.

 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no país existem mais de 33 milhões de idosos. Enquanto a população envelhece, cresce o etarismo, nome usado para identificar o preconceito com pessoas mais velhas. Nesta matéria iremos entender os aspectos negativos do etarismo para o desenvolvimento do país e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas +60 em território nacional.

 


O QUE É O ETARISMO?

 

O etarismo, também referido como ageísmo ou idadismo, engloba estereótipos e preconceitos direcionados às pessoas, centrados em sua idade. Ele se caracteriza pela discriminação e preconceito com base na faixa etária das pessoas.

 

O etarismo amplifica a segregação na sociedade e está interligado com os padrões sociais estabelecidos, como a ênfase na juventude e na produtividade, assim como a desigualdade no acesso às novas tecnologias. Essa forma de discriminação parte do pressuposto de que o envelhecimento é negativo ou inferior, o que gera estereótipos prejudiciais, tratamento injusto e exclusão social.

 

 

Imagem Google

 

 


EFEITOS DO ETARISMO:

 

 

Com o mundo cada vez mais ‘conectado’ e focado na produtividade, a maioria das empresas busca pessoas jovens para ocupar todos os tipos de cargos, deixando de lado profissionais experientes e empenhados em aprender, tudo isso por conta da ‘idade avançada’, a visão é de que aquele futuro funcionário não dê conta do serviço, baseado apenas na faixa etária do candidato.

 

Se torna cada vez mais comum ver apenas jovens ocupando espaços importantes que também caberia a presença de alguém mais velho e com mais experiência. Muitas pessoas 60+ se empenham em aprender e estão conectadas diariamente com a evolução da tecnologia, o que parece não fazer diferença para a maioria das empresas. Além da frustração, os idosos também se sentem desmotivados a continuar.

 


DESAFIOS DO INSS:

 

Com menos oportunidades de trabalho, as pessoas 60+ buscam ajuda ao INSS para se aposentarem por idade ou tempo de contribuição, e isso tem um custo para o governo, além de criar filas imensas para a aprovação de benefícios no país.

 

Em 1945, o Brasil contava com apenas 200 mil aposentados. Conforme o último Boletim Estatístico da Previdência Social, o número de benefícios concedidos em novembro de 2022, abrangendo aposentadorias, auxílios e pensões, ultrapassou a marca dos 37,5 milhões.

 

A razão para esse crescimento significativo reside no envelhecimento da população brasileira. Em 1923, quando o sistema previdenciário foi estabelecido, os indivíduos com mais de 60 anos representavam apenas 4% do total. Hoje, essa parcela corresponde a 15%.  Cerca de cem anos atrás, o país tinha 13 pessoas em idade produtiva para cada idoso. Em 2023, essa proporção reduziu para quatro para um.

 

O aumento no número de beneficiários acarreta um custo considerável. Segundo o Boletim Estatístico da Previdência Social, em dezembro de 2006, o INSS desembolsou R$ 12,6 bilhões em benefícios. No entanto, em dezembro de 2021, o valor saltou para R$ 48,7 bilhões, com base no último dado disponível.

 

Uma das consequências desse cenário é o surgimento de déficits previdenciários. De acordo com o projeto de lei orçamentária de 2023 (PLN 32/2022) enviado ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, o Regime Geral de Previdência Social teria um déficit estimado em R$ 267,2 bilhões neste ano. Para os regimes próprios dos servidores públicos civis e militares, os saldos negativos eram calculados em R$ 47,3 bilhões e R$ 48,5 bilhões, respectivamente.

 

 


CAMPANHA CONTRA O ETARISMO:

 

 

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde lançou uma campanha mundial contra o etarismo, visando combater o preconceito relacionado a idade e alertando a população sobre os danos causados a quem sofre esse tipo de constrangimento.

 

 

É importante olhar com carinho e compreensão para as pessoas 60+, lembrando da contribuição dessa comunidade para a sociedade e a importância dela em diversos ambientes, destacando o compromisso, experiência e responsabilidade em todos os espaços.

 

O jornalista Milton Dantunes que é também ativista dos direitos dos aposentados, pensionistas e BPC/LOAS que atende o público +60 diariamente reforça o combate ao etarismo e destaca a importância de educar a população para olhar com gentileza para essas pessoas, dando a devida importância e respeitando toda a trajetória individual de cada uma delas.