BANCO CENTRAL REDUZ JUROS DA SELIC; VEJA COMO ISSO AFETA SUA VIDA

Taxa Selic cai ao menor patamar desde maio do ano passado

 

 


– Por Lucas Macêdo, atualizado às 15h35 

 

O Banco Central divulgou uma nova redução na taxa de juros básica, conhecida como Selic, diminuindo-a de 13,25% para 12,75% ao ano. Embora a taxa de juros permaneça elevada, essa redução continua o ciclo de cortes iniciado em agosto e é vista de forma positiva por especialistas, com benefícios para a população, empresas e o mercado.

 

Veja como a queda da Selic pode afetar sua vida no médio e longo prazo em cinco pontos:

 

-Crédito mais acessível: Taxas de juros menores tornam o crédito mais acessível, incentivando o consumo das famílias. Esse efeito não é imediato, mas ao longo do tempo, as reduções na Selic também diminuem o custo de empréstimos e financiamentos, oferecendo alívio para quem planeja financiar bens como carros.

-Investimentos e criação de empregos: Com juros mais altos, as empresas enfrentam custos operacionais maiores, o que desencoraja investimentos e contratações. À medida que a Selic cai, os empresários se tornam mais propensos a assumir riscos para expandir seus negócios, impulsionando a criação de empregos e melhorando o otimismo econômico.

 

– Aumento da renda média: Com empresas mais dispostas a investir e contratar, a renda média também aumenta. Isso significa mais dinheiro circulando na economia, um fator-chave para as decisões de investimento privado.

 

 

– Menos despesas com dívida pública: A longo prazo, juros mais baixos reduzem os gastos do governo com sua dívida pública. Cada 1% de redução na Selic representa uma economia significativa para a dívida pública do Brasil, conforme indicado pelo Banco Central.

 


– Estímulo ao risco:
Os cortes na taxa de juros incentivam o mercado de ações, pois tornam menos atraentes os investimentos de renda fixa. Isso pode levar a uma migração de investidores para ativos mais arriscados, como ações, enquanto os títulos vinculados à Selic renderão menos, mas ainda serão atraentes enquanto os juros permanecerem altos e a inflação controlada.

 

 

 

É importante notar que os impactos significativos levarão meses para serem percebidos. Economistas acreditam que os efeitos iniciais da queda da Selic podem demorar de seis a nove meses para serem sentidos em uma economia em condições normais. Além disso, uma redução consistente e gradual na Selic é necessária para produzir efeitos duradouros. Atualmente, as projeções do mercado indicam que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano e chegará a 9% ao ano em 2024, de acordo com o último Boletim Focus.

 

 

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com as maiores taxas de juros reais. De acordo com um levantamento global da Infinity Asset Management, as taxas de juros reais, ou seja, ajustadas pela inflação, estão em 6,40% ao ano no Brasil, ficando atrás do México, que lidera a lista com 6,61%.

 

Mas afinal, o que é a taxa selic?

 

A taxa Selic representa os juros básicos da economia e exerce influência sobre todas as taxas de juros no Brasil, incluindo aquelas aplicadas a empréstimos, financiamentos e ganhos em investimentos financeiros.

 

Seu nome deriva do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um programa online administrado pelo Banco Central, onde ocorrem as negociações de títulos públicos federais. O valor médio dos juros registrados nessas operações é o que define a taxa Selic.

 

Na realidade, essas operações são empréstimos de curto prazo, com vencimento de apenas 24 horas, realizados entre instituições financeiras. Elas utilizam títulos públicos como garantia.

 

Atualmente, a Selic está fixada em 2,75% ao ano, com a última determinação feita pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em 17 de março de 2021. O Copom se reúne a cada 45 dias para tomar decisões sobre essa taxa, seja para aumentá-la, reduzi-la ou mantê-la estável.

 

A importância da taxa Selic reside em seu papel crucial no controle da inflação. Desde 1999, a política monetária do Brasil adota medidas para manter a inflação dentro de limites aceitáveis. Isso é vital para garantir a estabilidade econômica e prevenir aumentos descontrolados nos preços, o que impactaria o poder de compra dos brasileiros.

 

Quando a economia está aquecida e a inflação ameaça ultrapassar a meta, a Selic é aumentada. Isso encarece empréstimos, tanto para cidadãos quanto para empresas e o governo, desencorajando o consumo e ajudando a conter a inflação.

 

 

 

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O inverso ocorre quando a taxa Selic é reduzida: o crédito se torna mais acessível, estimulando o consumo e a economia, ao mesmo tempo em que normaliza a inflação, que geralmente está abaixo da meta ou descontrolada nesse momento.

 

A taxa Selic impacta diretamente a vida financeira dos brasileiros ao servir de referência para o custo das linhas de crédito. Quando aumenta, os juros de empréstimos, parcelamentos e cheque especial se elevam, encarecendo o crédito. Em contrapartida, durante uma diminuição, o crédito se torna mais acessível, com bancos reduzindo as taxas de juros.

 

A disponibilidade de crédito influencia diretamente o consumo. Durante períodos de taxas de juros elevadas, os custos de produtos e serviços tendem a subir, reduzindo o poder de compra dos consumidores.

 

Aqueles que investem em renda fixa, como a poupança, são os principais beneficiados com o aumento da Selic. Quando a taxa está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado, mais a taxa referencial.