Para alertar a população sobre o cuidado com fraudes, os órgãos criaram um site falso que oferecia retorno alto e rápido ao investir em criptomoedas.
Por Liryel Araújo
A conclusão é de um experimento feito pela Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Foi criada uma página da corretora fictícia que ficou no ar durante quatro meses do segundo semestre de 2023, além dela ser fraudulenta ainda dava indícios. Ela continha outras características que poderiam levantar desconfiança em seus futuros investidores mais atentos, como erros graves de português, falta de informações necessárias sobre o CNPJ da empresa, dados que não se confirmavam e incentivo à pirâmide financeira, que é crime no Brasil.
A iniciativa foi inspirada em países asiáticos, que costumam fazer esse tipo de teste com a população. É a segunda vez que a Anbima e a CVM fazem esse tipo de experimento para medir o nível de vulnerabilidade dos investidores brasileiros. Na primeira edição, que ocorreu antes da pandemia, 49% dos que acessaram seriam vítimas em potencial.
Mesmo assim, 48% dos visitantes da página foram seduzidos pela promessa de grande lucro fácil, essa porcentagem é equivalente a 49 mil pessoas. Ao serem fisgados pela armadilha da instituição, os quase investidores recebiam um alerta e eram imediatamente direcionados a um site educativo que as instituições colocam no ar com orientações para evitar casos semelhantes.
Uma outra pesquisa da CVM, porém, revelou que 91% das vítimas de golpes financeiros são homens. A maioria (36,5%) tem entre 30 e 39 anos, renda familiar mensal entre 2 e 5 salários-mínimos (23%) e possui pós-graduação (38%). E as criptomoedas são o produto de investimento mais citado pelas vítimas de golpes financeiros, sendo mencionadas por 43,3% dos respondentes.
Até o dia 19 de maio, às instituições estão realizando a 11ª edição da Semana Nacional de Educação Financeira, a Semana Enef, com diversas iniciativas gratuitas de instituições públicas e privadas para a disseminação da educação financeira.
— A CVM busca alcançar, por meio da educação financeira, especialmente o público economicamente vulnerável. É importante despertarmos o interesse público e o engajamento em torno de iniciativas como essa como forma de ampliar sua disseminação, alcançando de fato aqueles que mais precisam: os cidadãos comuns — comenta Nathalie Vidual, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM.
Como evitar cair em golpes financeiros?
Desconfie de…
- Promessas de lucros altos ou ganhos gigantes em curto prazo.
- Informações distorcidas ou insuficientes
- Pouca informação sobre a empresa ofertante, o produto, ou serviço, o suposto negócio ou o investimento
Para se proteger:
- Confira o CNPJ das empresas, procurando informações sobre a sua atuação no mercado.
- Peça ajuda a alguém mais esclarecido.
- Pesquise a empresa na internet (Sites como: RECLAME AQUI, podem ser úteis).
Saiba Mais:
PL anda negociando anistia de Bolsonaro por apoio na sucessão da Câmara e do Senado